Apresentação

Aprender a ler deverá ser um processo fluido e o mais feliz possível. Deseja-se que, logo numa primeira etapa, seja simples e de fácil concretização, pois só assim se conseguirá um maior envolvimento da criança com esta nova aprendizagem que é, além do mais, o seu primeiro contacto com o ensino formal, estruturado e exigente, contrariando o que até aí vivenciou no ensino pré-escolar. As evidências científicas provam a correlação direta entre desenvolvimento das competências linguísticas e o posterior sucesso na aprendizagem da leitura e escrita, sendo vasta a literatura que evidencia que quanto maior a exposição a um ambiente linguístico estimulante, maior e mais rico será o desenvolvimento linguístico em idades pré-escolares. No mundo atual, saber escutar, saber falar e saber comunicar são competências determinantes do sucesso académico e profissional. Ora, sendo um facto incontornável que os educadores de infância e a família são os mais privilegiados agentes exponenciadores das competências linguísticas, é sobre este dueto que aponta a luz deste holofote. Contudo, os tempos atuais fazem-nos deparar com uma realidade de contextos familiares cada vez mais consumidos pelas tecnologias e pelo mundo virtual que, inevitavelmente, tem gerado menos momentos de partilhas reais, presenciais e com recurso à comunicação oral entre pais e filhos. E as consequências no processo de aprendizagem da leitura são cada vez mais assustadoras, tal como nos mostram os números crescentes de crianças com dificuldades de aprendizagem. Atualmente, os educadores de infância revelam uma preocupação extrema com o impacto que a incompetência linguística denunciada pelos seus alunos terá no futuro, porque eles sabem que é assim que acontece e têm assistido a um panorama cada vez menos animador. Sabem que é urgente ensinar as famílias atuais da importância do seu papel na predisposição dos filhos para a aprendizagem da leitura mas reconhecem que não está a ser tarefa fácil. As famílias dedicam pouca atenção ao educador de infância. Então, como passar esta informação às famílias de forma clara e consequente? Como motivar pais ao envolvimento, contornando as questões atuais da falta de tempo para se estar com os filhos? Torna-se urgente explorar novas estratégias de ação.

Destinatários

Educadores de Infância

Releva

Despacho n.º 5741/2015 - Enquadra-se na possibilidade de ser reconhecida e certificada como ação deformação de curta duração a que se refere a alínea d) do n.º 1 do artigo 6.º do Decreto-Lei n.º 22/2014.

Objetivos

Pretende-se que os formandos: Reflitam sobre o leque de estratégias de potenciação linguística, a implementar em contexto de sala de aula; Contactem com uma panóplia de atividades, intencionais e adequadas, pensadas de acordo com o panorama dos focos e interesses atuais das crianças; Reflitam acerca das estratégias para lidar com os estilos comunicativos distintos com que se deparam nas famílias; Se revejam como pilar insubstituível no desenvolvimento linguístico.

Conteúdos

Contactar com estilos comunicativos diferentes e seu impacto na relação interpessoal; Planear um conjunto de atividades que permitam promover a potenciação linguística, no contexto atual: trabalhar o quê, para quê, como e quando; Planear (novas) estratégias para motivar o envolvimento familiar na potenciação do desenvolvimento linguístico.

Observações

Referências bibliográficas ALVES MARTINS, M. A aprendizagem da leitura. In: VEIGA, F. et al. Psicologia da Educação: Temas de Aprofundamento Científico. Lisboa: Climepsi, 2019. p. 373-406. PEREIRA, I.; VIANA, F. L. Aspectos da didáctica da vertente oral da língua materna no jardim de infância e no 1.º Ciclo do Ensino Básico – algumas reflexões. 2003 SCOPEL, R. R.; SOUZA, V. C.; LEMOS, S. M. A. (2012). A influência do ambiente familiar e escolar na aquisição e no desenvolvimento da linguagem: revisão de literatura.Revista CEFAC,14(4), 732-741. SILVA, I., MARQUES, L., MATA, L & ROSA, M. (2016). Orientações Curriculares para a Educação PréEscolar. Ministério da Educação/ Direção-Geral da Educação. VAN DRUTEN-FRIETMAN, L.; DENESSEN, E.; GIJSEL, M.; VERHOEVEN, L. (2015). Child, home and institutional predictors of preschool vocabulary growth. Learning and Individual Differences(43), 92- 99. VIANA, F. L.; RIBEIRO, I. Falar, ler e escrever. Propostas integradoras para jardim de infância. Carnaxide: Santillana, 2014.

Formador

Sílvia Mogas

Cronograma